EMECE-Encontro de Mocidades Espíritas do Ceará

segunda-feira, 22 de junho de 2009

ARGUMENTO CIENTÍFICO CONTRA O ABORTO





























Argumentos Científicos Contra o AbortoMarlene Rossi Severino Nobre - MédicaPrólogo

A comissão de modernização do Código Penal, presidida pelo Dr. Vicente Cernicchiaro, propôs, entre outras modificações, a ampliação das possibilidades de aborto. Pela legislação em vigor, a morte do feto é permitida quando a mãe corre risco de vida ou quando a gravidez resulta de estupro.
Segundo a proposta, o artigo 128 ficaria assim redigido: “não constitui crime o aborto praticado por médico se: 1) não há outro meio de salvar a vida ou preservar a saúde da gestante; 2) a gravidez resulta de violação da liberdade sexual ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida; 3) há fundada probabilidade, atestada por dois outros médicos, de o nascituro apresentar graves e irreversíveis anomalias”.

Hoje em dia, muitos juízes têm concedido autorização para o aborto no caso em que o
feto apresenta anomalias graves, como na ausência de cérebro.
A proposta, portanto, seria a de incorporar esses casos já contemplados pela Jurisprudência
ao novo Código. Mas é justo indagarmos: estariam certos os juízes que concedem tal autorização? Existiria um outro Tribunal que garantiria aos fetos deficientes o direito de viver o tempo justo e programado?
Ao nosso ver, aconselhados por médicos materialistas, os juízes não têm tido oportunidade de analisar a outra da Verdade e estão praticando a eugenia, sem atentarem para o fato de que a Vida tem uma programação, cujo significado integral ainda escapa ao mais genial cientista.
Há, sem, uma outra da Verdade.
Vamos alinhavar alguns argumentos da Ciência contra o aborto e que permanecem desconhecidos ou não devidamente analisados por boa parte dos juízes responsáveis por essas sentenças. Antes, porém, vejamos alguns conceitos de abortamento e o modo pelo qual a quase totalidade da população do globo trata os direitos do embrião.

Direitos do Embrião


CONCEITOS:

Abortamento: vulgarmente conhecido como aborto, é a expulsão de um concepto inviável.
Concepto Inviável: é aquele que pesa até 500 gramas e cuja altura máxima é de 16 cm. (Embora haja caso relatado na literatura médica de feto que tenha sobrevivido com peso de 390 gramas, considera-se o conceito citado como parâmetro comum).
Aborto provocado: também chamado de criminoso é aquele que interrompe intencionalmente a gravidez, através de manobras ou medicamentos que são utilizados para matar e expulsar o concepto (feto ou embrião).
VISÃO HEDONISTA: Qual seria o móvel que leva uma mulher a expulsar o feto que se agasalha em suas entranhas? Por que ela contraria todos os sentimentos atávicos, alicerçados em sua estrutura psíquica, em bilhões de anos de evolução, e concretiza tal violência em si mesma?
Sabemos que inúmeros fatores compelem a mulher ao aborto, mas os que mais pesam são, sem dúvida, a falta de informação quanto ao seu próprio corpo e às possibilidades de planejamento familiar; a falta de apoio do ser no qual confiou, e, sobretudo, a visão hedonista – o culto ao prazer – tão disseminada em nossa época que a leva a repudiar a idéia de “perder a liberdade” ou de gerar um filho defeituoso. Essa mesma visão materialista impele o companheiro e as pessoas à sua volta, a negarem-lhe apoio,
desvalorizando sua missão maternal.
Desse modo, embora a maternidade tenha um forte apelo no psiquismo da mulher, nem sempre a razão é um guia infalível, e o resultado é que ela acaba praticando o ato de violência contra o filho e contra si mesma, quando todo o seu ser foi construido para resguardar a vida que se aninha em seu seio.
Nos casos de aborto provocado, os responsáveis têm a razão falseada “pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo”, enfim, pela vivência do paradigma materialista. Esse mesmo paradigma que, adotado por inúmeros países, instituiu e sustentou, no século passado, a prática do infanticídio (ainda presente em menor escala nos nossos dias), e que apóia, presentemente, a prática abortiva generalizada, destituindo e embrião e o feto de qualquer
direito.
A imagem passada pelos defensores desses princípios, incluindo-se aí os formadores de
opinião, é de que o embrião é um amontoado de células, sem grande
significado, uma massa informe, que se pode manipular facilmente, decretando-se,
assim, a banalização da vida.
Os médicos e cientistas que se norteiam por essa visão reducionista-materialista também não conferem direitos ao embrião, muito menos aos que apresentam deficiências.
Entretanto, existem pesquisadores da área médica, pensadores e estudiosos em geral, que não partilham desse prisma estreito. Para estes, o embrião é uma potencialidade, uma individualidade merecedora de todo o respeito e, no caso específico do nosso país, com o direito assegurado à vida, pelo artigo 5 da Constituição.
A Ciência não pode negar as qualidades da célula-ovo. Em nenhum momento da história humana, encontramos tanto potencial dentro de uma única célula: sua extraordinária força germinativa, seu DNA inconfundível e único, que o difere de sua genitora e demonstra que ele não é propriedade sua. Em um mês, esta célula terá um aumento de massa de dez mil vezes e esta velocidade de desenvolvimento jamais se repetirá em nenhum momento da existência de qualquer indivíduo.
Não há dúvida, de que o abortamento induzido significa eliminação de uma pessoa biologicamente viva. Mas os materialistas dizem que não é bem assim. Nesta questão, talvez o conceito mais instigante seja o da própria vida.

O que é vida?

Os cientistas ainda não chegaram a um consenso quanto à definição do que é Vida. E nem os maiores centros de investigação científica do mundo conseguiram, até os dias de hoje, defini-la e dar uma explicação plausível para o seu aparecimento no planeta. Tudo gira no campo das hipóteses.
Para muitos, ela não passa de um epifenômeno da matéria e teria surgido por acaso, hipótese defendida, entre outros, pelo falecido biológo francês, Jacques Monod, mas, como afirmam os irmãos Bogdanov os avanços da física quântica não dão respaldo a esta teoria. Para outros, está associada a uma essência imaterial, anterior e transcendente à estrutura tangível.
No livro “Deus e a Ciência”, do filósofo Jean Ghitton e dos físicos Grichka e Igor Bogdanov, existem argumentos muito fortes que refutam o surgimento da vida por acaso.
Vejamos um deles:
“Tomemos um caso concreto: uma célula viva é composta de uns vinte aminoácidos que
formam uma cadeia compacta. A função desses aminoácidos, depende, por sua vez, de cerca de duas mil enzimas específicas. Continuando o mesmo raciocínio, os biólogos foram levados a calcular que a probabilidade de que um milhar de enzimas diferentes se aproximem de um modo ordenado até formar uma célula viva (ao longo de uma evolução de bilhões de anos) é da ordem de 10 elevado 1000 contra um”. Com esse e outros argumentos
matemáticos, os irmãos Bogdanov demonstram a improbabilidade de a vida ter surgido por
acaso. Propõem, então, “um fenômeno de ordem subjacente” que conduz inelutavelmente ao surgimento da vida. A Sublime Consciência do Universo – Deus – estaria por trás dessa ordem subjacente. É o Supremo dispenseiro da Vida. Esta, portanto, é um bem inalienável que transcende os limites estreitos da matéria.
A humanidade somente dará um grande passo evolutivo, quando conferir ao embrião os mesmos direitos inalienáveis próprios dos cidadãos comuns, começando pelo primeiro e mais importante deles, o da própria vida.

Estruturas imateriais organizadoras da vida


No século XX, muitos pesquisadores têm investigado estruturas imateriais que seriam modelos organizadores biológicos e sobreviveriam à morte do ser.
Harold Saxton Burr, da Escola de Medicina de Yale, Inglaterra, com suas experiências sobre os “Campos Eletrodinâmicos da Vida”, Hernani Guimarães de Andrade, do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, com seus experimentos sobre o Campo Biomagnético, Rupert Sheldrake, mestre em Biologia na Inglaterra, com suas investigações sobre os campos mórficos e a ressonância mórfica, têm contribuído para o estudo dessas estruturas imateriais.
Se esses campos estruturais da forma estão presentes, desde os átomos simples de hidrogênio aos seres vivos mais complexos, como afirma Sheldrake, certamente, o
paradigma materialista, que norteia a maioria dos cientistas, terá de mudar.
Naturalmente, os direitos inalienáveis do embrião terão de ser reconhecidos, porque na sua moldagem entram essas estruturas constituídas de outro tipo de “matéria” que obedecem a propósitos e leis ainda ignorados dos próprios cientistas.

Psicologia Fetal

Hoje os avanços nos estudos da psicologia fetal e no campo da memória também estão empurrando a Ciência, além dos limites da matéria. As pesquisas com ultra-som revelam as personalidades dos bebês e a riqueza de sua vida psicológica pré-natal, mesmo nas fases mais iniciais do desenvolvimento embriológico.
Por sua vez, a regressão de memória à vida fetal e até mesmo antes dela, estão comprovando que a Vida ultrapassa os limites estreitos de uma única existência terrestre.
Assim, as pesquisas no campo da psicologia comportamental acerca das funções perceptivas do feto, os trabalhos de regressão por hipnose ou pela terapia regressiva a vivências passadas reafirmam os dados obtidos pela psicanálise, ampliando ainda mais o conceito de Vida, ao descortinar as lembranças de existências pretéritas (no caso da TRVP), confirmando os princípios da reencarnação e da sobrevivência do Espírito.
A descoberta da memória celular com o mapeamento de 60 neuropeptídeos que estocam informações imunológicas, endocrinológicas e neurológicas estão revolucionando a ciência médica e indicam, claramente, a potencialidade extraordinária de uma única célula, como por exemplo, o zigoto ou célula-ovo, que traz em si mesma um patrimônio considerável de força, vitalidade e criatividade.
Chega-se à conclusão, hoje, de que o campo da memória é um “sistema único de comunicação interacional”, seja ela de que natureza for: inconsciente, consciente, celular e assim por diante.


O Feto Não é Propriedade da Mãe

Um dos principais argumentos dos abortistas, é de que o filho é propriedade da mãe, não tem identidade própria, portanto, é ela quem decide se ele deve viver ou morrer.
Estudos recentes demonstram o que já se sabia há muito tempo: o feto é uma personalidade independente que apenas se hospeda no organismo materno.
Peter Brian Medawar (1915-1987), prêmio Nobel de Medicina, nascido no Brasil, mas radicado na Inglaterra, e outros cientistas, desde 1953, apontavam para uma aparente contradição: o fato de o feto conseguir sobreviver dentro do corpo da mulher, sem ser considerado um elemento estranho, e : conseqüentemente eliminado, pelo organismo hospedeiro. Estudo recente publicado por eles na conceituada revista “Nature” (27/08/98) mostrou um mecanismo bioquímico de defesa do feto. Este produziria uma enzima, a IDO,
capaz de eliminar o triptofano, um aminoácido que ativa a produção de células de defesa tipo T da mãe. O estudo feito por sete autores, liderados por Andrew L. Mellor (Medical College, Georgia), se confirmado, poderá, no futuro, auxiliar mães com problemas de abortos sucessivos.
Como se vê, o embrião é um ser tão distinto da mãe que necessita emitir substâncias apropriadas para neutralizar as que são produzidas pelo organismo da hospedeira e, dessa forma, manter-se vivo dentro do útero.

Conclusão

O movimento espírita deve aproveitar todos os recursos possíveis no combate à legalização do aborto, tendo em vista que este crime hediondo, uma vez legalizado, pode complicar os destinos evolutivos de nossa pátria. As colocações, que ora apresentamos, são esboços de argumentos, que devem ser desenvolvidos e, uma vez consolidados, poderão se somar a tantos outros, jurídicos e doutrinários, para mais ampla fundamentação dessa campanha.
Sem uma linguagem que ultrapasse o mero campo da crença, o que vale dizer, sem uma
argumentação baseada na Ciência, fica difícil combater o abortamento, sobretudo, no reduto dos formadores de opinião, onde é mais fortemente defendido, ou seja, junto à mídia e às classes médica e jurídica, que exercem em seu conjunto, papel relevante dentro da sociedade.
Todo aquele que se interessar por maiores esclarecimentos sobre o assunto poderá
ter como base o pequeno referencial aqui levantado, ampliando-o, evidentemente, com o rigor de suas próprias pesquisas.

(Resumo do resumo do trabalho (40 páginas) de autoria da Dra. Marlene Nobre para a
reunião anual do Conselho Federativo Nacional (CFN), realizada no dia 5/11/98, na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília, apresentado pelo Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza, Vice-Presidente da AME-Brasil, que participou, como convidado, do referido evento. As razões científicas vão juntar-se aos demais argumentos para uma campanha nacional permanente contra o aborto).
(Transcrito da Folha Espírita de abril de 1999 .)

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