EMECE-Encontro de Mocidades Espíritas do Ceará

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A pesquisa da revista Isto É e a juventude espírita


A pesquisa da revista Isto É e a juventude espírita
Wellington Balbo – Bauru – SP.
A pesquisa realizada pela revista Isto È, pertinente ao assunto juventude e sua relação com o Criador
causou alvoroço no meio espírita. Alguns confrades levantaram-se contra a reportagem exigindo atitudes
de reparação por parte da revista, outros, como o amigo de Londrina e editor da revista eletrônica O
Consolador – verw ww.oconsolador.com
Astolfo Olegário Filho, portaram-se de forma distinta e tocaram em ponto importante: a pouca instrução
doutrinária desses jovens que se dizem espíritas, no entanto desconhecem os mais básicos princípios da
Codificação kardequiana que é contrária a pena de morte e o aborto, este último consentido no caso de
perigo para a vida da gestante.
Todavia, a pesquisa realizada pela revista é um assunto que se desdobra à novas frentes e raciocínios. O
que mais nos chamou a atenção foi o baixo índice dos jovens que se dizem espíritas. Uma porcentagem
pífia, irrisória, cerca de 1,4% dos jovens, segundo a revista Isto È se dizem espíritas. Ora, em realidade o
número é bem menor, porquanto a qualidade de conhecimento doutrinário desses jovens inexiste, e
inexistindo, naturalmente não podem ser espíritas.
Diante disso, surgem duas situações:
1º O número de jovens espíritas no Brasil é pequeno, o que demonstra a carência da divulgação espírita
para essa faixa etária.
2º Estamos com dificuldade na transmissão das idéias espíritas. È preciso, sem dúvida, sermos mais
claros e objetivos no que compete à comunicação espírita, principalmente para crianças e jovens. Uma
pergunta: será que estamos repassando Kardec aos jovens que chegam aos centros espíritas? Será que
os fundamentos kardequianos vêm sendo estudados com afinco e coerência pela juventude? É
necessário, antes de mais nada, fazer uma real avaliação: os jovens de hoje não são os jovens de ontem,
logo, se faz mister promover a divulgação das obras de Kardec de forma compatível à juventude de hoje,
adaptando a divulgação aos novos tempos.
É uma questão prática e urgente: ou nos mobilizamos e fazemos um planejamento para a divulgação
maciça e coerente do Espiritismo para a faixa etária envolvendo os jovens e crianças, ou corremos o risco
de vermos os esforços de Kardec e dos filósofos da espiritualidade tardarem um pouco mais para serem
implantados, adiando ainda mais o despertar da consciência humana para as realidades que vão além da
efêmera existência física.
E neste tocante é grande a responsabilidade de quem esposa a tarefa de transmitir os princípios espíritas
à crianças e jovens, porquanto serão os jovens os herdeiros do Espiritismo e responsáveis por levar
adiante as lições da espiritualidade, sensibilizando, consolando, instruindo, esclarecendo...
Imperioso que os dirigentes espíritas reforcem o ensino espírita nos centros que estão sob sua
coordenação, que ofereçam cursos de estudos e reciclagem para aqueles que se arvoram na sublime
tarefa de se relacionar com os jovens e crianças. A Codificação deve ser respeitada e estudada, de forma
simples, objetiva, dinâmica e atual. Importante falar a linguagem da juventude, demonstrando a
aplicabilidade dos princípios espíritas no mundo em que estamos inseridos, dentro do contexto de
mudanças e rápida evolução.
A grande questão é: não podemos falar de Espiritismo para os jovens de hoje como falávamos para os
jovens de ontem porque as situações se apresentam de forma distinta e conforme as conveniências dos
novos tempos. Não se trata de modificar a Codificação, nada disso. A sua base é irretocável, no entanto é
preciso trazê-la para a atualidade, porquanto suas diretrizes são atuais e moldam-se as exigências do
mundo contemporâneo. Este foi um dos grandes legados de Kardec: deixar a Codificação flexível e
adaptável à realidade em que estão mergulhadas as pessoas.
Dentre as grandes virtudes do codificador estavam sua capacidade de comunicação e o espírito visionário
que enxergava além de seu tempo, essas virtudes deixaram o campo aberto para as novas gerações, ou
seja, o Espiritismo não anda engessado ao século XIX, mas aberto às perspectivas e situações do século
XXI e seus posteriores. Portanto, importante fazer uma leitura da pesquisa realizada pela revista e utilizála
como elemento para planejamento de atividades doutrinárias, pois, do contrário, o Espiritismo corre
sério risco de ficar ainda mais afastado dos jovens e crianças.
Pensemos nisso.
(autor: Wellington Balbo – Bauru – SP. - Texto recebido de Rodrigo Fernandez)

FONTE;http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/1_0816.pdf

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